O saudoso poeta Pernambucano Solano Trindade escreveu em seu poema
“Velho Atabaque” os iniciais versos:
"Velho
atabaque, quantas coisas você falou para mim, quantos poemas você anunciou,
quantas poesias você me inspirou".
Não é de estranhar que o mesmo atabaque que
ecoou em Solano Trindade também tenha ecoado em mim. Este soar, chamado,
inspiração – ou o que desejar chamar é na verdade um sentimento que povoa todo
o povo negro e mestiço. Este sentimento chama-se fé.
A fé de Salomão proporcionou-lhe uma
inspiração que o fez escrever belíssimos Salmos, que desde os primórdios do
Cristianismo são propagados como representação explicita da fé. “Mãe, Pai & Lógunède” também é minha
expressão explicita de Fé. Entretanto o enraizamento do preconceito ainda
não permite que seja visto como tal.

O ponto de partida para esta independente
obra poética é o orixá Méta-Metá – Lógunède. Meu Orixá. Patrono de minha fé.
Sem sombra de dúvida Lógunède é depois do orixá Bará o que carrega consigo mais
preconceitos e falta de conhecimento por parte dos pesquisadores, e também dos
adeptos das religiões de matriz africana. Um orixá iorubano, filho de outros
dois grandes cultuados Orixás (Oxum e Oxóssi). Ele é estritamente a metade de
cada um deles. E tem como seus domínios a terra e a água. Lógunède é único.
Orixá Méta-Metá, congrega três energias: de
Oxum, de Oxóssi e dele mesmo. Seu animal símbolo é o Pavão. Ave majestosa que
encante e assombra pela beleza. Assim como ele.
Mãe, Pai & Lógunède, uma coletânea de poesias inspirado nos orixás Oxum, Oxóssi e Lógunède. Escritos na liberdade do tempo. Entre 2010 até 2015. Mergulhei nas profundezas de mim, e ouvi o que eu mesmo me dizia.
Que Logun é tudo
em minha vida!
Para este trabalho contei com o incentivo da
Pesquisadora, Mulher, Militante Negra e Madrinha deste projeto, Rosália Diogo.
Que brilhantemente me traduziu (introdução) em palavras tão fraternas e
carinhosas que me senti o próprio príncipe Lógunède.
Site da publicação da obra
Fotos de divulgação - Grupo Bantos do Baú.